Os Correios informam que estão operando com normalidade em todo o Brasil. A empresa diz que o movimento de paralisação está restrito a algumas regiões dos estados. No caso do Rio Grande do Sul, seria Porto Alegre, e de Minas Gerais, apenas região da Grande Belo Horizonte.
Levantamento divulgado pela estatal na quinta-feira (18) mostra que 97% do efetivo está trabalhando (122.037 empregados), número apurado por meio de sistema eletrônico de presença. A paralisação estaria concentrada na área de distribuição — do total de 19.407 carteiros que deveriam trabalhar na quinta nos 7 Estados, 2.970 não compareceram (21,72%), segundo os Correios. Caso haja necessidade, a empresa não descarta realizar mutirões para entrega nos fins de semana.
Reivindicações
No Rio de Janeiro e em Tocantins, os funcionários em greve exigem aumento de R$ 300 para toda a categoria, além da reposição da inflação.
Em Minas Gerais, os trabalhadores pedem reajuste de 29% no salário para todos os cargos; piso de R$ 3.079 – hoje o valor é de R$ 1.084, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG). Eles pedem ainda a entrega de correspondências no período da manhã; seis horas de jornada de trabalho para atendentes comerciais, hoje são oito; e luta contra a privatização e a terceirização na empresa.
No Rio Grande do Sul, as principais reivindicações são reposição da inflação de 6,40%, aumento real de 8%, reposição das perdas de 11,93, contratação imediata e melhores condições de trabalho, luta contra a privatização, luta contra o Postal Saúde, além das entregas pela manhã.
Em Mato Grosso, os grevistas reivindicam aumento salarial e a realização de concurso público para o fim dos contratos temporários. Essa é a segunda vez neste ano que a categoria paralisa as atividades no estado, porém, da outra vez eles protestaram contra a terceirização do plano de saúde.
Em Sergipe, as reivindicações são revisão da área atendida por cada profissional, reajuste salarial de 8% de aumento real e outros 11,93% relativos a supostas perdas salariais do Plano Real, além de realização de concurso público para 500 carteiros.
Proposta da empresa
Os Correios ofereceram aos trabalhadores reajuste de R$ 200 em forma de gratificação, a ser incorporada gradualmente, nos salários de quem recebe de R$ 1.084 a R$ 3.077,00. Para quem recebe acima de R$ 3.077,00, o reajuste é de 6,5% no salário base. Segundo os Correios, o reajuste proposto representa aumento de cerca de 20% sobre o salário base de carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo e abrange cerca de 90% do efetivo da empresa. A proposta inclui ainda reajustedo vale-cesta, de R$ 158,45, passa para R$ 188,58, e 3 unidades extras de vale alimentação/refeição por mês, com valor de R$ 30,13 cada.
A estatal afirma que a proposta foi aceita pelos sindicatos do Acre, Alagoas, Amapá, Brasília, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Juiz de Fora (MG), Uberaba (MG), Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, São Paulo, Santa Maria (RS), Bauru (SP), Ribeirão Preto (SP) e Santos (SP).